*Por Virgílio Ricardo Coelho Meirelles*¹

Em uma sociedade que luta constantemente pela justiça e igualdade, é alarmante testemunhar a perpetuação de narrativas que culpabilizam as vítimas de abuso sexual. Recentemente, um vídeo de um pastor de Goiânia acusando crianças de serem parcialmente responsáveis pela violência sexual sofrida reacendeu o debate sobre essa problemática.A culpabilização da vítima é um fenômeno que transcende o âmbito religioso, infiltrando-se em diversas camadas sociais e culturais. É um reflexo de uma desinformação arraigada e de preconceitos que, infelizmente, ainda encontram espaço em discursos públicos e privados.

**O Impacto do Abuso Sexual na Infância**

O abuso sexual na infância é uma violação grave dos direitos humanos e pode ter consequências devastadoras para o desenvolvimento psicológico, emocional e social da criança. As vítimas frequentemente carregam as cicatrizes desse trauma por toda a vida, enfrentando desafios como depressão, ansiedade e dificuldades de relacionamento.

**Desconstruindo Mitos**

É essencial desconstruir os mitos que cercam o abuso sexual, como a noção de que a vítima “provocou” ou “mereceu” o abuso. Tais crenças são não apenas falsas, mas também perigosas, pois desviam a responsabilidade do agressor e colocam um fardo injusto sobre aqueles que já sofreram o suficiente.

**A Responsabilidade da Comunidade**

A comunidade, incluindo líderes religiosos e civis, tem a responsabilidade de promover um ambiente seguro e de apoio às vítimas. É imperativo que sejamos uma voz ativa contra a culpabilização da vítima e que trabalhemos juntos para educar e informar sobre a realidade do abuso sexual.

**Conclusão**

A luta contra a culpabilização da vítima é uma luta pela verdade e pela justiça. Devemos nos unir para garantir que as vítimas de abuso sexual sejam ouvidas, apoiadas e protegidas, e que os verdadeiros culpados sejam responsabilizados por seus atos. Somente assim poderemos aspirar a uma sociedade mais justa e empática.

1. *Possui graduação em Direito pela Faculdade de Direito de Valença (2003) e licenciatura em Pedagogia. Atualmente é advogado, coordenador do curso de Direito da Uninassau Palmas e Professor no Curso de Direito da Unitins. Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Taubaté – UNITAU, Especialista em Direito Civil e Processo Civil e Especialista em Psicopedagogia, palestrante e conferencista. Professor universitário desde 2008 e Avaliador do MEC/INEP, para os cursos de Direito e Pedagogia. Participou da Capacitação dos Avaliadores do BASIS nos Instrumentos de Avaliação de Autorização, Reconhecimento e Renovação de Reconhecimento dos Cursos de Direito – MEC/INEP. Auditor acadêmico-regulatório interno do Grupo Ser Educacional. ↩︎